10° Capítulo do Livro "Parazinho" de João Victor Mascarenha
A tradicional e mais que centenária Peregrinação Vicentina ao Santuário de Nossa Senhora do Livramento de Parazinho, foi iniciada pelo vigário da época Pe. Vicente Martins da Costa e pela conferência Vicentina de São José de Granja. A primeira Peregrinação Vicentina ocorreu a cavalo no dia 05 de novembro de 1911.
Sobre essa festividade, assim relatou seu idealizador, Mons. Vicente, na década de 20 do século passado, poucos anos após à primeira Peregrinação:
“O dia da peregrinação vicentina é outro dia de festa para os devotos de N. Senhora do Livramento e moradores do Parazinho.
No primeiro Domingo de Novembro, desde o ano de 1911 que os confrades de S. Vicente de Paulo reunidos com alguns devotos de N. S. do Livramento costumam ir em romaria à milagrosa Capela do Parazinho.
Os vicentinos juntamente com os devotos de N. Senhora assistem às 4 horas da manhã a missa que é celebrada na Matriz de Granja e em que se fazem as primeiras orações da bênção dos peregrinos.
Em seguida reunidos ao pé do cruzeiro, partem todos a cavalo conduzindo um estandarte de N.Senhora e rezando o terço da Bem Aventurada Virgem durante todo decurso da viagem. A distância a vencer é de quase quatro léguas.
Na tarde de véspera muitos de Granja costumam ir de pé, pernoitando a duas léguas em Mato Grosso para no dia seguinte ao amanhecer entrarem no povoado; outros de automóvel partem da cidade pela manhã, e de toda parte pelas estradas passam aos pequenos bandos sertanejos devotos em direção do Parazinho.
Às sete horas da manhã os peregrinos dão entrada solene no festivo Povoado, sendo dissolvida a peregrinação depois da missa em que é dada a bênção dos peregrinos.
O altar da milagrosa imagem nesse dia acha-se festivamente ornamentado e toda capela fica repleta de piedosos crentes vindos de diferentes pontos do município, que desejam associar-se aos abençoados peregrinos. Anos há em que mais de duzentos cavaleiros partem de Granja formando a piedosa romaria.
A peregrinação vicentina é, pois, outra festividade pia, que de ano a ano vai se tornando notável, enchendo as almas dos melhores sentimentos de piedade e do mais vivo reconhecimento à celeste intercessão de N. Senhora do Livramento".
Obs: Direitos Reservados ao autor do livro, João Victor Mascarenha.
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